segunda-feira, 18 de maio de 2009

O DOM DE ENSINAR OU DE APRENDER ?

Anteriormente escrevi sobre ensinar. Em todos os anos de trabalho que tenho, que não são poucos, tenho ensinado e aprendido muito.Os próprios alunos ensinam e é preciso ter a asensibilidade para perceber quando o ensinamento vem deles. Mas como pode ser isso?Em cada início do ano letivo temos um período de adaptação e diagnóstico. Tenho trabalhado últimamente com crianças de primeira série do Ensino Fundamental.Recebo a criança como um novo desafio a cada ano. Digo isso porque não as conheço e nem elas a mim, e isso dá um medo!
Tenho vários níveis de aprendizagem nas turmas. Primeiro vamos vencer a questão da adaptação, e, em seguida a socialização, que trabalhamos na verdade ao longo do ano, pois temos vários problemas, inclusive com os pais.Esses trazem os problemas para que ajudemos a resolvê-los.Passamos então a ser psicólogos. Vencendo em parte a questão social voltada para a boa convivência em sala de aula, passamos ao diagnóstico.É aí que começo a descobrir os vários níveis de aprendizagem. Tenho alunos alfabéticos, pré-silábico, silábico etc.,é nesse momento que muitos professores sofrem ao perceber que alunos vão ficando para tras e se sentem impotentes para ajudá-los e em alguns casos devido as dificuldades desistem deles. Vou trabalhando a alfabetização , atendendo, na medida do possível as limitações usando jogos pedagógicos, alguns materiais concretos,muito trabalho de recorte e colagem ( jornais ) , conseguindo assim que alguns deles cheguem ao nível pré-silábico, isso já no final do primeiro semestre. Daí então começava a trabalhar atividades diversificadas de fato. Preparando para cada um , um caderninho com atividades que atendia aos mesmos individualmente.
Percebi então que precisava mudar a estratégia. Começa aí a minha aprendizagem.O resultado era bom? Sim; mas não satisfatório a partir do momento que percebo que a criança poderia dar muito mais se eu oferecesse um tempo maior e mudasse a forma de atendimento qu seria dispensado a eles. Começo então o trabalho logo após conhecer as potencialidades deles.
Em abril já preparo o material que será o ponto de partida para uma melhor aprendizagem.
A mudança nas disposições das carteiras também ajuda. Els gostam.
Convidar os pais para assistirem as aulas é bom. Eles se sentem valorizados e gostam de saber como conduzimos as aulas ( este ano já recebi alguns pais para assistirem as aulas ).
Sabemos que criança adora o FAZ-DE-CONTA, então ensaio pecinhas teatrais . Ensaio pecinhas teatrais que eles apresentam as vezes dentro da própria sala de aula. Procuro dar oportunidade àqueles que apresentam maiores dificuldades. Eles gostam de representar e assim desenvolve-se a oralidade, aumentando a capacidade de interpretação. Melhora a disciplina pois sabem que para ouvir é preciso calar.
E como aprendo com o aluno com necessidades especiais? Tenho aluno com deficiência neurológica, (DM) , Hiperativo,deficiência visual, e outros, que pela experiência sabemos que alguma coisa não vai bem. Não posso deixá-los de lado. O primeiro passo é levantar a AUTOESTIMA. Carinho é essencial. Eles percebem, e isso é bom em todos os aspectos.
As atividades pedagógicas precisam ser oferecidas e assim que descubro o caminho , ofereço e tem dado certo.
Lógico que nós não somos capacitados para atendê-los , mas enquanto nós não somos atendidos eles precisam se sentirem amados e isso é muito importante. É desgastante?. Claro que é.Muito, mas quando atingimos o resultado positivo, é gratificante.
Estou compartilhando hoje com vocês minha experiência e espero ter contribuido para que possamos nos orgulhar de sermos professores.
Quero agora agradecer pela oportunidade a mim oferecida.
Muito obrigada .

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